Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Bom cidadão desde pequeno

Por Lucy Casolari *


Honestidade e integridade se aprendem em família e, na escola, a criança amplia suas noções de respeito mútuo. É o conceito de cidadania tomando conta da cabecinha do seu filho.

Transformar crianças e jovens em cidadãos é tarefa de toda a sociedade - pais, educadores, meios de comunicação e Estado. Cabe a cada um colocar o seu tijolinho na construção moral e ética das futuras gerações.


Não dá para continuar com o pingue-pongue: família joga a responsabilidade para a escola que passa a bola para o Governo que, sozinho, não tem força para educar as crianças. O trabalho em parceria é a esperança de uma sociedade mais justa e solidária.


Afinal, ninguém quer viver na terra de Macunaíma, herói sem nenhum caráter; ser lembrado como aprendiz de Gerson, aquele que leva vantagem em tudo e ouvir que o jeitinho resolve qualquer problema.

A família dá os primeiros toques

O aprendizado sobre valores e regras de conduta começa na família. É no círculo de pessoas mais próximas - pais, irmãos, tios, avós - que a criança tem contato com limites e modelos de comportamento.


A família é o espaço privado. Em casa, as relações sociais dependem da afetividade e o respeito aos pais tem a ver com amor. A criança aceita as regras e limites porque considera os pais sábios e poderosos.


Vale reforçar a importância de estabelecer limites firmes, claros e consistentes para os pequenos desenvolverem respeito aos valores e regras em geral. E nunca se esqueça de que o exemplo é sempre dos pais.



  • Atitudes respeitosas e gentis como cumprimentos e agradecimentos são necessárias. Pais educados são bons modelos para seus filhos.



  • O discurso deve concordar com a prática. Cuidado com o tradicional "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Um exemplo clássico é a reprovação da mentira. Então, se não quiser atender a um telefonema, jamais peça ao seu filho que minta em seu lugar, dizendo que você não está em casa.



  • Comparar a criança com alguém da família por características negativas funciona como reforço do mau comportamento. Dizer que o filho é teimoso como a mãe ou bagunceiro como o avô estimula teimosia e bagunça.



  • Chantagens e ameaças são ineficientes para construir atitudes adequadas, têm efeito imediato, mas não são incorporadas consistentemente à formação de valores. Barganhar com presentes e recompensas bons resultados na escola e comportamento positivo cria um círculo vicioso. Prepare-se, pois para cada exigência e solicitação virá sempre a pergunta: o que eu ganho com isso?



  • Tarefas domésticas mostram noções dos deveres necessários para o exercício da cidadania. Crianças são especialistas na defesa dos seus direitos, é importante que percebam os dois lados da moeda. Ensine os pequenos a guardar brinquedos, arrumar a cama, estender a toalha após o banho e tirar o prato depois das refeições.

    Aprendendo limites

    A escola representa a passagem do espaço privado da casa para o público da sociedade. É organizada de forma diferente da família, pois os professores ocupam lugares passageiros na vida das crianças e é onde se dá o contato com os colegas de classe. O círculo de relações sociais se amplia e a possibilidade de interação também. É um espaço protegido, ideal para desenvolver respeito mútuo, integridade, justiça, honestidade, lealdade, solidariedade, contando sempre com a intermediação dos educadores.


    A convivência entre alunos vindos de diferentes famílias, com valores próprios, torna tudo mais complexo, mas acrescenta a riqueza da diversidade. É importante que a escola tenha discurso e prática concordantes: a premissa de que respeito é fundamental deve ser hábito entre os professores e a garotada.



    De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento do Ministério da Educação divulgado em 1998, as instituições escolares são responsáveis por tratar explicitamente de temas como ética, saúde, meio ambiente, etc. Isso significa que devem reservar tempo e abrir espaço para proporcionar reflexão e informações sobre esses assuntos, sem deixar de ensinar as matérias clássicas: português, matemática, ciências, línguas e artes.


    * Lucy Casolari é pedagoga e educadora


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