Domingo, 19 de janeiro de 2025 |
Hoje em dia já se sabe que o autismo é congênito: o indivíduo nasce com ele. "Quando a criança é muito pequena, essas alterações são sutis. Alguns pais percebem que o bebê não gosta de ficar no colo da mãe e não reage bem ao carinho" explica o Dr. José Salomão Schwartzman, neuropediatra em São Paulo.
Geralmente estes bebês preferem ficar deitados, sozinhos e, quando alguém tenta fazer um contato, eles ficam agitadíssimos ou começam a chorar. Ainda pequenos, podem se comportar como surdos, algumas vezes reagindo ao som, e outras não. "Em geral essa é a primeira queixa dos pais: a suspeita de que o bebê não escuta bem", afirma o neuropediatra.
Como saber se uma criança é autista? Existem algumas alterações que podem variar em grau (desde os casos mais severos até os mais leves) que indicam a condição:
- distúrbio de comportamento, com uma tendência para a estereotipia, isto é, para a repetição incansável de determinados comportamentos, como hábitos motores repetitivos;
- dificuldade na comunicação interpessoal, em que o indivíduo não consegue se integrar socialmente;
- distúrbio da comunicação, em que a criança não fala nada ou diz coisas de uma forma totalmente atípica, não desenvolvendo a habilidade de iniciar ou manter uma conversa.
O comportamento dos autistas apresenta grande tendência para a estereotipia. Pode ser na forma de falar, por exemplo, em que eles decoram um trecho de uma propaganda e a utilizam incansavelmente, cantam músicas ou falam coisas que não tem fazem parte do contexto naquele momento.
O estereótipo mais comum chama-se "flapping de mãos", em que o autista permanece abanando as mãos na altura dos ombros. Muitas vezes ele fica girando em torno de si mesmo, rodando objetos ou passando a mão em uma determinada textura o dia todo. "Todos os comportamentos que os autistas possuem, nós também temos. A diferença é em grau: nós conseguimos parar quando queremos e não o temos de forma tão constante. O que merece atenção é a persistência dessa estereotipia" alerta o neuropediatra.
Em relação à família, o autista não mantém uma interação muito boa. Ele não atende aos chamados da mãe ou não quer ficar ao lado dela. Quando bebê, a mãe se aproxima do berço para pegá-lo e, ao contrário das outras crianças, ele não dá atenção e pode até ficar bravo. Os pais tentam abraçar a criança e ela não só evita o abraço, como até empurra a pessoa.
Antigamente diziam que a culpa era dos pais, que eram frios e que não sabiam amar o filho. Hoje se sabe que a criança é quem não responde ao carinho. "Se você tenta abraçá-la, ela empurra, se não olha nos seus olhos, obviamente você se torna diferente. Mas não quer dizer que os pais não são afetivos. O filho é quem está com problemas", lembra o médico.
Existe um tipo de autismo, chamado de Síndrome de Asperger, em que a pessoa geralmente apresenta uma inteligência desenvolvida, fala relativamente bem e tem uma memória prodigiosa. Mas assim mesmo pode apresentar o "flapping" e a estereotipia se manifestar com uma tendência a se dedicar a pouquíssimas áreas do conhecimento. Por demonstrarem alguma habilidade especial, quando pequenos chegam a ser confundidos com os superdotados. "Eu já vi crianças com essa síndrome sendo apresentadas em talks-shows como gênios. Elas se interessam muito por animais pré-históricos, línguas mortas ou decoram listas telefônicas, não porque são gênios, mas porque só se concentram naquilo" conta o Dr. Schwartzman.
O tratamento do autismo deve começar cedo para que não haja uma defasagem muito grande em relação às outras pessoas. Trabalham-se as áreas prejudicadas, dando prioridade aos problemas específicos. Quando pequenos, alguns pacientes precisam de fisioterapia. Depois de algum tempo, se houver defasagem na fala um profissional da linguagem entrará em cena para ajudar a desenvolver a comunicação da criança. A socialização tende a melhorar se ela puder freqüentar creches, colégios ou até mesmo escolas especiais, dependendo do grau. Normalmente os problemas melhoram com o tempo e, nos casos mais severos, existem medicamentos que auxiliam no tratamento.
Antes de tudo, os pais precisam entender o que o filho tem, buscando aprender mais sobre essa condição. "Aceitar que o filho é autista é um problema sério, assim como aceitar qualquer condição crônica severa que traga múltiplos prejuízos" afirma o neuropediatra. Alguns pais se sentem culpados, rejeitados ou acham que estão fazendo algo de errado. Eles conseguirão se orientar e ajudar seu filho se procurarem qualquer profissional que trabalhe com autismo: psiquiatras infantis, neuropediatras, pediatras ou intituições específicas, como a AMA.
Com a ajuda da família e dos amigos, o autista se desenvolverá, vivendo melhor e mais feliz.
anabella | 28 de July de 2011 | 16h 50 |
melhor coisa a fzer é procurar um fonoaudiologo especializado no assunto, eu procurei e os resultados foram otimos ela fica em moema
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