Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Capoeira, esporte, lazer e educação

Por Adriana Mabilia *


Os pequenos aprendem o 'au', aplicam 'meia-lua de frente' e se esquivam para o lado. A capoeira chegou na vida da garotada, pegando carona nos 500 anos do Brasil que reacendeu uma paixão pela cultura nacional.

Pular, deitar e rolar fazem parte do jogo da capoeira. Não escapa sequer um músculo sem ser trabalhado ao ritmo do berimbau, do atabaque e do pandeiro. Desenvolve aspectos motores, passa noções de disciplina, canaliza a agressividade, além de deixar o seu gatinho com apetite de leão.


Esse jogo conquista pai, mãe e a garotada: tem música que brasileiro nenhum dispensa; a seqüência dos movimentos parece uma dança e faz bem para o corpo e para a mente. Além disso, pode ser a "senha" para despertar o interesse de seu filho por esportes.

Corpo e mente em movimento

A ingenuidade e o desprendimento da criança ao movimentar-se levam ao conhecimento dos limites do próprio corpo e despertam a criatividade. Ganha-se, também, flexibilidade, equilíbrio e agilidade.


O nome de cada movimento chama a atenção dos garotos: ao virar estrela, estão fazendo um "au" (pronuncia-se aú); a "meia-lua de frente", a "armada", o "rabo de arraia" são golpes rodados; o "macaquinho" é um acrobático e as esquivas levam o corpo para trás e para o lado.


O ritual une a meninada pelo desenvolvimento das noções de respeito e disciplina: o olho-no-olho durante o jogo leva à aproximação e ao conhecimento do companheiro e desperta a preocupação com o amiguinho, pois sem ele não há brincadeira.

Cada cor, uma graduação

Não há criança que não se encante com rituais e a capoeira é cheia deles: o abadá - calça e camiseta brancas - é traje obrigatório; o cumprimento ao mestre e aos coleguinhas aproxima o grupo e os instrumentos ditam o ritmo do jogo.


Aos três anos os pequenos participam das aulas para exercitar a coordenação motora; já a partir dos cinco, descobrem a ginga da capoeira e adquirem a destreza de seus movimentos.


A graduação do aluno depende do bom desempenho na execução dos fundamentos. Com um ano de prática a criança já diferencia, pelo ritmo da música, o jogo alto do rasteiro, então, é "batizada" com a corda azul. O que muda depois é a cor da ponteira (a ponta da corda), da marrom para a verde e depois para a amarela.


Entrosado com a turminha, seu filhote não pedirá para cabular as três aulas semanais. Pode até se tornar um excelente capoeirista ao longo dos anos, passando pelas cordas de diferentes cores que identificam a classificação adulta.

O mestre é o amigão

O relacionamento entre o professor - mestre de capoeira - e as crianças é de amizade e respeito. Os pequenos querem imitá-lo. Por isso, acompanhe algumas aulas para conhecer o caráter e o comportamento de quem está conduzindo seu filho.


Os fundamentos da capoeira não são armas de luta. Isso tem que ficar bem claro! O exemplo, partindo do instrutor, evitará que os alunos fiquem agressivos. Caso você perceba sinais de violência durante a aula, comunique ao coordenador ou troque de academia.


Também compete ao mestre zelar pela postura física da criança, orientando-a sobre a maneira correta de executar os movimentos prevenindo possíveis lesões.

Luta que virou jogo

É cultura afro-brasileira, do século XVI. Os escravos, em busca de liberdade e dignidade, desenvolveram a capoeira para enfrentar os "senhores" e seus capatazes.


Os negros supriram a falta de força, dada à má alimentação, com destreza e agilidade corporal, peculiares a quem faz esforço físico diariamente. Enquanto alguns homens praticavam a luta, outros tocavam instrumentos e cantavam. Assim, enganavam os feitores, pois parecia uma festa com música e dança.


Nasceu como luta, é apresentada em festas folclóricas e há alguns anos tem espaço garantido em academias. Com aprovação total dos pequenos esportistas, pois agrega os benefícios do esporte à alegria da música ritmada pelo berimbau.


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