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Comendo sem limites
Por Luiza Helena Marcondes
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Hambúrgueres, refrigerantes, salgadinhos, guloseimas. E uma legião de crianças engrossando as fileiras da obesidade! Acredite: uma alimentação adequada e exercícios físicos podem evitar esse problema.
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"A obesidade infantil é uma questão a ser tratada com muita seriedade. Fizemos, na universidade, alguns estudos específicos em escolas particulares. O resultado obtido foi alarmante: 40% dos estudantes são obesos", relata Sandra Chemin, professora e coordenadora de nutrição do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.
A partir de um ano e meio de idade, de acordo com a professora, já é possível diagnosticar uma criança obesa. Compare o tamanho de seu filho com o dos amiguinhos. Observe se, em relação aos outros, a diferença de peso é muito grande. Em caso positivo, recorra a um especialista. O pediatra poderá encaminhar você a um endocrinologista e a um nutricionista, que saberão diagnosticar o princípio de algum problema.
Muitos fatores explicam o aumento exagerado do peso. Contudo, o tratamento é possível e, com uma dieta adequada, a criança poderá chegar à vida adulta nos padrões físicos considerados normais. Até mesmo as que nasceram em famílias de obesos. Se o pai e mãe são gordos, ou seja, têm uma predisposição a absorver os alimentos e metabolizá-los de forma diferente, acumulando gordura, o filho não será necessariamente igual. "Tudo depende do diagnóstico precoce", garante a nutricionista.
Conflito com o espelho
A obesidade pode ser tratada. Com a mudança dos hábitos alimentares e a prática de atividade física, o problema pode acabar na transição da infância para a adolescência. "Até a menarca (primeira menstruação) nas meninas, que ocorre por volta dos 11 anos e o estirão dos meninos (crescimento rápido, geralmente por volta dos 14 anos), o controle é mais fácil", diz Sandra.
Segundo ela, no início da puberdade os jovens ficam mais vaidosos e querem perder peso rapidamente, ao contrário das crianças. Os pequenos não entendem que estão gordos e querem comer de tudo, principalmente guloseimas. "É difícil obrigar uma criança a fazer dieta. Nessa fase, a participação dos pais é fundamental". Para a nutricionista, jamais alguém conseguirá fazer regime se encontrar a despensa repleta de chocolates, salgadinhos, etc. Neste caso, a família toda tem que alterar os hábitos alimentares.
Mudança de hábitos
Quando for ao supermercado evite comprar bolachas, refrigerantes, balas, chocolates. Se não for possível, substitua pelos similares diet e light que são menos calóricos.
Prefira abastecer sua geladeira com frutas e legumes. Controle o peso de seu filho reduzindo a quantidade de gordura e massas em geral. Explique que estes alimentos, se consumidos em excesso, fazem mal a saúde.
Incentive-o a praticar esportes. Se ele não gostar das atividades físicas convencionais, como natação, futebol, ginástica em geral, procure algo que lhe dê prazer. Vale passear com o cachorro em volta do quarteirão, descer e subir escadas (principalmente se você mora em apartamento), andar de bicicleta, patins, patinete. O importante é queimar calorias.
Elogie seu filho a cada quilo perdido. Ele vai se sentir mais motivado. Quanto aos líqüidos, ofereça sucos (sem açúcar), muita água e água de coco. São as melhores formas de hidratar e repor os nutrientes e minerais perdidos durante a prática de exercícios.
Se o sabor adocicado for muito importante para ele, apele para os adoçantes artificiais, sempre à base de aspartame. E lembre-se: toda dieta deve ser orientada e acompanhada por um especialista.