Quinta-feira, 28 de março de 2024 |
Vamos ganhar um irmãozinho!Por Luiza Helena Marcondes * Os filhos mais velhos nem sempre aceitam bem a chegada de um novo herdeiro. Entenda os motivos. |
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"Quando contei à minha filha Helena, de cinco anos, que estava grávida, ela vibrou de felicidade. Mas depois que Alexandre nasceu, nossa vida virou um pesadelo", conta Cleuza Rodriguez de Andrade, esteticista. A menina tinha acessos de raiva, chorava por qualquer motivo, mostrava um profundo sofrimento.
Assim como na família Andrade, o nascimento de um irmão pode trazer uma série de conflitos. O mais velho não entende que o bebê precisa de cuidados e que a atenção dos pais, naquele momento, será voltada para o recém-nascido. "A criança, no início, fica muito angustiada: imagina que todos deixarão de gostar dela para idolatrar o novo membro da família. Isso é muito comum", explica a psicóloga Luciana Gentilezza, de São Paulo.
O problema, no entanto, pode ser minimizado se você for capaz de preparar o clima para a chegada do bebê. Conte a seu filho mais velho, em doses homeopáticas, que ele irá ganhar um irmão ou irmã. Espere os três primeiros meses de gestação para dar a notícia. "Como nesse período há riscos de um aborto espontâneo, a criança ficará muito confusa se o "presente" prometido não chegar", diz a psicóloga. De acordo com ela, a melhor hora para comunicar a novidade é quando a barriga começar a aparecer.
Provavelmente seu filho ficará curioso e irá bombardeá-la com perguntas. "Não tenha medo de responder a nenhuma de suas questões e diga somente a verdade. Não invente histórias como a da cegonha. E não gaste horas preciosas do seu tempo elaborando discursos: responda apenas o que a criança perguntar", completa Luciana.
Deixe seu filho dizer tudo o que está sentindo. Enquanto ele estiver falando você não precisa se preocupar. Mesmo que diga que preferiria largar o irmão na maternidade. Segundo a terapeuta, essa é a maneira que ele dispõe para expressar a própria angústia. Tente diminuir o sofrimento convidando-o a participar da rotina de cuidados com o bebê. "Quando a criança brinca de ser a mãe, protegendo o irmãozinho, o conflito diminui", garante.
Caso você perceba que o ciúme está tomando proporções exageradas, peça a ajuda do pai. Alguns homens têm receio de segurar os recém-nascidos e continuam dando mais atenção aos filhos maiores. Se o seu caso for esse, aproveite e comemore: a convivência mais estreita será proveitosa para ambos e você ficará mais tranqüila dedicando-se ao caçula.
De acordo com Luciana Gentilezza, não existe um espaço de tempo ideal entre um filho e outro. "Acredito que as crianças possam ser mais amigas se a diferença entre elas for de três ou quatro anos. Contudo, não existe nenhuma regra", afirma. Mais complicado é quando um vem logo em seguida ao outro.
Segundo a psicóloga, até o sétimo ou oitavo mês de vida, o bebê não tem noção de que é um ser separado da mãe. O pequeno acredita que ambos são uma única pessoa. Ao descobrir a realidade, entra na famosa crise da separação e fica com muito medo de perder a mãe: começa a ficar chorão, tem dificuldade para dormir, enfim altera alguns de seus hábitos.
Quando a nova gestação coincide com essa fase da criança, a sensação de perda assume dimensões muito maiores. Principalmente se a gravidez for de risco e a gestante precisar de repouso.
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