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Que coceira!
Por Dr. Leonardo Posternak
* em 06/04/2001
Desde os primeiros meses de vida os bebês podem ter caspas, fruto da intensa produção de gordura das glândulas sebáceas. Quando crescem e entram na fase escolar, as crianças ficam vulneráveis às epidemias de piolho. Aprenda o que fazer nessas situações.
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Seu filho foi para a escola e voltou reclamando de uma coceira horrível na cabeça. Quando você decide vasculhar o couro cabeludo dele, encontra minúsculos pontinhos cinzentos movimentando-se lentamente. Não entre em pânico! Mas saiba que ele está com piolho.
Por mais cuidadosa que você seja, é impossível proteger totalmente seu filhote durante uma epidemia. Na fase escolar, o contágio é muito fácil. Fato consumado, a única saída é iniciar um tratamento para impedir a proliferação desses parasitas e diminuir as chances de transmissão para outros membros da família. O piolho é muito ágil e passa para a cabeça do vizinho num piscar de olhos.
Para você ter a certeza de que seu filho está contaminado, verifique o pescoço. Logo nas primeiras horas, a pele próxima à nuca fica irritada. Se o local estiver vermelho ou com bolhinhas d´água, o diagnóstico é positivo.
Ligue para o pediatra e peça uma orientação. Certamente ele indicará uma loção cremosa e um xampu específico. Aplique o creme no couro cabeludo, cubra com uma touca e deixe agir por 30 minutos. Em seguida lave com o xampu. Depois penteie o cabelo com um pente fino embebido no vinagre, que ajuda a remover os ovos ou lêndeas que restaram nos fios.
Repita o processo por 5 a 8 dias. Esse período costuma ser suficiente para eliminar todo o ciclo do piolho. Mesmo que nas primeiras 24 horas eles tenham aparentemente morrido, um único ovo remanescente é capaz de reiniciar o processo, infestando toda a cabeça novamente.
Caspa
Comum em pessoas de pele muito oleosa, seu nome clínico é dermatite seborréica. A caspa pode aparecer no couro cabeludo, em crianças de qualquer idade, até nos bebês carecas e, normalmente, provoca coceiras. O tamanho das placas esbranquiçadas varia. À medida que desprendem da superfície capilar, a irritação diminui.
O problema é decorrente da excessiva produção de gordura pelas glândulas sebáceas. Infelizmente, não há cura para esse incômodo. O mais aconselhável, no entanto, é evitar alimentos gordurosos, que podem contribuir para o aumento da oleosidade do organismo como um todo.
Existem, no mercado, cosméticos específicos para combater a caspa, mas eles não curam o problema. Antes de comprar qualquer produto, consulte o pediatra ou o dermatologista, que dará orientação adequada quanto a possíveis reações alérgicas.
* Dr. Leonardo Posternak é médico pediatra,
membro do Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein.
Co-autor do livro
E Agora, o que Fazer? A Difícil Arte de Criar os Filhos, Editora Best Seller.
Autor de
O Direito a Verdade - Cartas Para Uma Criança, Editora Globo.