Quinta-feira, 28 de março de 2024
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Volte ao batente sem bater a cabeça!

Por Maria Paola de Salvo *


Você parou de trabalhar para curtir seu bebê e está com receio de retomar a vida profissional? Veja como evitar turbulências!

Seu filho nasceu e você decide trocar as reuniões, a agenda lotada e o escritório pelas mamadeiras, chupetas e fraldas. Rende-se à vontade de esticar a licença maternidade - com duração de 120 dias, segundo as leis - para dar atenção integral ao bebê. Você não quer perder nenhum detalhe do seu desenvolvimento e faz questão de acompanhar tudo, da primeira papinha aos primeiros passos.


Vá com calma! A tentação é grande, mas, antes de tomar essa importante decisão, saiba planejar com antecedência as providências que terá de tomar ao longo do período em que ficará em casa. Utilize os nove meses de gravidez e os meses da licença para tentar prever que mudanças isso implicará na sua carreira.


Assim, se achar melhor parar de trabalhar estará livre de riscos como o arrependimento ou a demora para encontrar um novo emprego. No entanto, você pode se permitir mudar de opinião e retornar à ativa a qualquer momento. "Os meses que fiquei de licença foram bons para eu perceber que não queria ficar em casa o tempo inteiro e optei por retornar logo ao trabalho. Para mim não existe certo ou errado, mas o que combina com você", explica Roberta Brenner, 35 anos, gerente de planejamento da agência de publicidade DM9, em São Paulo, e mãe de um bebê de oito meses.


Se esse é o seu caso, não se condene ou se sinta culpada por voltar ao trabalho. Saiba que deverá contar com um melhor planejamento do tempo e também com a ajuda de babás, de seus familiares ou recorrer a um berçário. Roberta diz que, apesar de nos primeiros dias ter estranhado um pouco o ambiente da empresa, conseguiu superar a saudade da criança, procurando almoçar todos os dias em casa, para dar atenção ao filho.

Tempo produtivo

Os quatro ou cinco anos dispensados aos cuidados do pequeno não precisam ser necessariamente inimigos das suas conquistas profissionais, resultado de muito esforço e empenho. Em vez de se deixar "enferrujar" por esse período ocioso, mexa-se e aplique-o no seu desenvolvimento profissional.


De acordo com Vicky Bloch, diretora da DBM - empresa que oferece apoio para profissionais em transição de carreira, em São Paulo - a dificuldade de voltar ao mercado é diretamente proporcional ao período de tempo em que a mulher deixou de se atualizar. "Uma secretária que durante 5 anos só cuidou dos filhos e não prestou atenção às novidades na sua área, como a informática, por exemplo, certamente será prejudicada numa disputa de vaga", explica. E o terror da desatualização ronda tanto os cargos operacionais quanto os de chefia ou gerência. Basta estar fora do mercado de trabalho.



Aproveite o intervalo entre as mamadas ou enquanto o seu filho dorme para navegar na Internet. A rede está repleta de opções de cursos à distância, seja de línguas ou sobre o mundo dos negócios. Além disso, chats, revistas ou sites são meios de se ter acesso rápido à informação, o que não dispensa, é claro, a leitura de um bom livro ou de revistas voltadas a sua área de atuação.



Vale a pena ficar atenta e investir nos workshops quando eles surgirem. Não dá para ficar de fora quando aquele guru do marketing ou da engenharia resolve fazer uma palestra na sua cidade. Se sua profissão ou empresa permitir, verifique a possibilidade de trabalhar em casa. Mais do que evitar a desatualização, isso manterá sua cabeça funcionando e fará com que você se sinta na ativa de novo.

Fique de antena ligada!

Mais importante do que atualizar seus conhecimentos, é a manutenção de sua rede de relações, ou seja, os seus contatos com companheiros de profissão ou pessoas ligadas à empresa ou à sua área de trabalho, que além de lhe proporcionarem novas informações, podem multiplicar a sua oportunidade de "descolar" novos desafios.


Para Vicky, 80% das chances de voltar à atividade profissional estão vinculadas a esses contatos, os outros 20% são atribuídos a empresas de seleção e anúncios. "Normalmente, o tempo médio para arranjar um emprego varia de 4 a 5 meses. No entanto, se a mulher alimentar sua rede de relações, ela tem mais chances de conseguir uma posição logo que decidir voltar ao trabalho", afirma a diretora da DBM.


Portanto, não descuide da sua agenda de telefones: além de preciosa, ela poderá ser a tábua de salvação quando você precisar. Procure freqüentar eventos profissionais, vá a confraternizações da empresa ou agende um almoço com seus ex-companheiros de trabalho. Além de manter a amizade e o assunto em dia, eles poderão abrir novas portas na empresa ou indicar outras oportunidades.

Corra atrás do prejuízo

No entanto, se as atividades domésticas absorveram todas as suas atenções nos últimos anos e você se esqueceu de tomar precauções para resgatar sua carreira, não de desespere! Ainda há tempo e também várias alternativas para solucionar o problema. Voltar à universidade é uma delas, bem como investir em cursos profissionalizantes.


O Senac ministra muitos cursos interessantes deste tipo. Vicky acredita que outra boa opção seja procurar um estágio de 2 ou 3 meses, mesmo que não remunerado, para que você possa voltar a respirar os ares profissionais. "Nos cargos de gerência isso é complicado, pois hoje há uma porção de gente atualizada e qualificada competindo por uma vaga".


Se tiver espírito empreendedor e capital suficiente, você pode se aventurar e montar seu próprio negócio. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) provê o apoio de que irá precisar. Nunca é tarde para quem tem competência, energia, conhecimento e muitos contatos. "Nossas estatísticas mostram que a idade não é mais problema. Algumas empresas preferem até as pessoas mais maduras, exatamente por terem condições de contribuir com sua experiência dentro da estrutura delas", ressalta Vicky.


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