Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Esportistas responsáveis

Por Dr. Marcelo Acherboim *


Hoje todo mundo quer ter um corpo sarado e, para isso, é preciso se exercitar. Os apelos vêm de todos os lados, e os pequenos não querem ficar de fora. Mas fique de olho neles, pois exageros podem prejudicar o crescimento.

A estrutura músculo-esquelética atinge seu estágio de desenvolvimento completo após os dezesseis anos, por isso as crianças não devem ser submetidas a cargas semelhantes às dos adultos. A prática de atividades esportivas, portanto, requer cuidados e nada de excessos: pode até acontecer diariamente, desde que os grupos musculares sejam trabalhados em dias intercalados.


A única exceção para essa regra é a natação que, apesar de mexer com toda a musculatura, não tem sobrecarga e conseqüentemente não oferece riscos. Ao contrário: ajuda no desenvolvimento da caixa torácica melhorando problemas respiratórios em muitas crianças.

Diminua o risco de lesões

Os esportes onde a criança é submetida a um regime de treinamento regular visando competição, com sobrecargas e movimentos repetitivos como os de arremesso em geral, ou de saltos constantes como vôlei, handebol, basquete, salto em distância, podem gerar problemas como por exemplo o LER (lesão por esforços repetitivos), tão comum entre pessoas mais velhas.


No caso das crianças, esse tipo de lesão se torna ainda mais crítico pois, além dos ossos estarem em fase de desenvolvimento e apresentarem pontos frágeis nas placas de crescimento, existe ainda um desequilíbrio entre a força muscular e a resistência dos ossos.

Sinal vermelho para a musculação

Seu filhote está louco para "puxar ferro"? Nem pense nisso! Saiba que a musculação, sonho da garotada, pode ser feita apenas a partir dos 15 anos, ainda assim com moderação e de forma responsável, com acompanhamento de um treinador experiente.

Situações de estresse repetitivo (sobrecarga) podem gerar distúrbios de crescimento dos ossos, ou mesmo quadros inflamatórios, como tendinites (especialmente nos joelhos, tornozelos, cotovelos, ombros e punhos) que se manifestam na forma de dor na criança, podendo, inclusive, se tornar crônicos.

Portanto lembre-se: atividade física para crianças deve ser preferencialmente na forma de recreação.

Dicas importantes

  • Se o seu filho for praticar algum esporte de forma organizada, certifique-se de que o treinador tenha um programa adequado, com ênfase nos alongamentos, no começo e no final da aula.

  • É importante que, do ponto de vista psicológico, a criança não seja submetida a situações de estresse de competição e sim tenha, como prioridade, o aspecto recreativo das atividades esportivas que auxiliam na formação do caráter e da capacidade de realizar tarefas em grupo.

  • Escolha para o seu filho atividades que estimulem o desenvolvimento da coordenação motora. Escolinhas de esportes, que oferecem atividades variadas são as mais adequadas aos pequenos. A partir dos 14 ou 15 anos, dependendo do desenvolvimento físico, ele poderá praticar uma única modalidade sem correr maiores riscos.


    * Dr. Marcelo Acherboim é ortopedista especializado em medicina esportiva e artroscopia de joelho e ombro. É médico da Confederação Brasileira Macabi, médico consultor da Set Sport.


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