Quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Matemática, desafio e prazer

Por Norma Leite Brandão *


Somas, divisões e subtrações estão na compra do doce, na bilheteria do parque e na organização dos brinquedos. Chamar a atenção do seu filho para a presença da matemática no dia-a-dia ajuda a desmistificar o que parece ser um bicho de milhões de cabeça

Grande parte da geração passada viveu nos bancos escolares uma espécie de arrepio ao ter que solucionar problemas, realizar equações, operações e utilizar o raciocínio lógico em diferentes momentos sem saber como aplicar na vida prática.


Hoje seu filho tem nas mãos tecnologia, calculadora, informação e ainda convive com o mito da matemática difícil e para uso acadêmico. Os atuais métodos de ensino escolar estão tentando reverter esta história, buscando caminhos para ligar o ensino da matemática às situações do cotidiano.


Já que não há dúvida quanto à utilidade dos números na rotina diária, você pode participar da integração da matemática à realidade do seu filho sem medo e com prazer.

Dê vida às operações

Mostre à criança que ao arrumar brinquedos e livros e organizar listas de compras estamos desenvolvendo pré-requisitos básicos para o ensino da matemática: a classificação e a seriação.


Na cozinha, a meninada adora viver momentos de grande chefe e se diverte lidando com medidas. Ótima ocasião para comparar gramas, mililitros, quilos e litros. A descoberta é a percepção de diferentes relações.


Estipular mesada fixa também dá elementos para um bom aprendizado e estabelece regras e princípios. Seu filho estará gerenciando e planejando gastos, o que propicia uma identificação produtiva e saudável com o dinheiro.


Os mais novos gostam de tarefas desafiadoras. Para a introdução à matemática esse é um ponto bastante vantajoso. Conte com a cumplicidade dos pequeninos para a checagem das contas de luz, extratos bancários, gráficos econômicos nos jornais e tíquetes de supermercado. São situações repletas de números, cálculos, medidas, projeções e podem ser abordadas em diferentes níveis, dependendo da maturidade da criança.


Quaisquer outras oportunidades do dia-a-dia que envolvam contagem, classificação, comparação e seriação representam familiaridade com o sistema numérico e possibilidade de reflexão sobre a importância da matemática.

Jogando se aprende

O lúdico faz a criança viver situações de intercâmbio e perceber, indiretamente, conceitos importantes. O tradicional também vale - dama, ludo, cartas, dominó, gamão, batalha naval, memória, quebra-cabeça com números, tangram, banco imobiliário, super trunfo - e outras novidades disponíveis no mercado. Há opções na internet (veja as dicas logo abaixo) e em CDroms.



Por meio da brincadeira, socializamos o conhecimento: crianças e adultos de idades diferentes trocam o que sabem. Tenha certeza de que aprendemos mais no lazer do que em algumas aulas expositivas.


Reserve um tempinho para jogar com seu filho. Observe e perceba como ele pensa, assim você terá pistas preciosas para ajudá-lo em trabalhos escolares.


A questão do jogo vai além da matemática. Jogar é negociar e trabalhar no coletivo de forma saudável e transparente. Quando tudo é oferecido pronto à criança, essa é uma alternativa para o desenvolvimento do raciocínio.


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Ajude nas tarefas, mas não faça por ele!

Não é raro que os pais se deparem com algumas dificuldades diante do olhar inquieto e perdido da criança: problemas, contas, exercícios realizados de forma diferente da aprendida em outros tempos.



Em primeiro lugar, ouça seu filho. Ele dará pistas de como você pode ajudá-lo. As crianças têm formas de resolução de problemas interessantíssimas. Algumas estão longe do modelo tradicional. Realizam desenhos, gráficos, tabelas, buscando concretizar o pensamento e expressar o raciocínio de um jeito próprio.


Valorize essa possibilidade e faça perguntas para que ele busque, no papel, o caminho. É sempre o primeiro passo. Pode ser surpreendente. Viver essa etapa anterior é dar voz à criança e mostrar-lhe que, se há uma forma padrão, há também outras que devem ser consideradas.


Se a escola de seu filho já o iniciou nas técnicas operatórias e espera que ele resolva problemas somente por meio delas, você vive uma outra questão: verificar se ele compreende e percebe a relação entre o enunciado do problema e a conta a ser efetuada. Aqui as coisas podem não ser tão fáceis. Essa é uma tarefa de competência maior da escola, pois há várias questões em jogo: fluência na leitura, entendimento, aplicação de técnicas e cálculos.


É aconselhável pedir à criança uma resolução própria, por meio de formas não convencionais e solicitar ao professor que a ajude na passagem para a resolução tradicional. Mesmo porque você já deve ter reparado: quando se trata de contas, tentar ensinar do jeito que aprendemos pode confundir mais o quadro.


* Norma Leite Brandão é pedagoga e educadora.


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