Terça, 19 de janeiro de 2021 | ![]() |
A auto-estima representa, em poucas palavras, o que uma pessoa sente em relação a si mesma. Engana-se quem pensa que para ter uma boa auto-estima é preciso ser bonito, inteligente, ou ter dinheiro. Está no caminho certo quem aprendeu a acreditar em si próprio, a entender suas limitações, a valorizar suas habilidades, a confiar em seus valores e principalmente, a se sentir feliz sem ter de corresponder às expectativas de todos que o cercam.
Como conseqüência, uma pessoa com boa auto-estima é mais feliz e tem mais chances de ser bem-sucedida em sua vida pessoal e profissional. E, mesmo que tenha que enfrentar dificuldades, essa pessoa não sofrerá tanto, pois manterá uma atitude positiva. Como se vê, esse conceito é de extrema importância, pois nele reside uma chave que abre inúmeras portas na busca da felicidade.
Por outro lado, uma pessoa com baixa auto-estima se sentirá desvalorizada, terá menos iniciativa e mais dificuldades ao encarar desafios, por não acreditar que possa fazer algo bom ou útil. Além disso, ela estará mais propensa a apresentar uma série de problemas, tais como alcoolismo, bulimia, obesidade ou depressão - é claro que isso também dependerá de outros fatores como herança genética, mas não se pode menosprezar a influência da auto-estima.
Desde que toma conhecimento sobre sua existência, a criança começa a estabelecer uma imagem de si própria, ou seja, a construir sua auto-estima. Nesse processo, a atuação dos pais é fundamental. Para a psicóloga Tânia Aldrighi, os pais precisam, antes de tudo, ter consciência do que significa ter filhos e saber lidar com a chegada deles. Os casais costumam idealizar demais esse momento e só mais tarde percebem que a responsabilidade que têm é muito maior do que imaginavam.
Em seguida, os pais devem aprimorar sua habilidade de perceber as necessidades de cada um dos filhos, de saber relacionar-se com cada um e distribuir afeto entre eles. "Pais que desenvolvem tais habilidades estarão mais aptos para acompanhar, incentivar e participar do desenvolvimento das competências de seus filhos. A participação permite que o incentivo esteja mais perto do real e, ao mesmo tempo, dá oportunidade para a aprendizagem com base na experiência", afirma Tânia.
No final da década de 60, o psicólogo norte-americano Stanley Coopersmith buscou desvendar que fatores têm influência fundamental na construção da auto-estima das crianças. Ele acompanhou o crescimento de mais de 1.700 crianças e publicou os resultados dessa pesquisa no livro The Antecedents of Self-Esteem, que logo se tornou uma referência no assunto. Coopersmith verificou que as crianças que desenvolveram boa auto-estima viviam em lares onde:
Se não se sentir amada, dificilmente a criança gostará de si mesma. Você, com certeza, ama seu filho. Mas você sabe demonstrar esse sentimento? Não adianta nada ficar rasgando elogios e tomando todos os cuidados possíveis para que ele não passe por nenhum tipo de sofrimento ou frustração. A auto-estima não pode ser "dada" pelos pais como um presente. Ela tem de ser construída aos poucos, como resultado de atitudes merecedoras de reconhecimento. Esse caminho é mais difícil, mas é o único eficaz! Veja o que você pode fazer no dia-a-dia:
O maior desafio para os pais, entretanto, é saber como estimular a auto-estima de seus filhos na dose certa. Atualmente, os pais se obrigam a desempenhar seu papel com máxima competência, pois sabem que serão cobrados no futuro. O problema é que, na tentativa de fazer o melhor, eles acabam tomando atitudes contraditórias ou caindo no exagero.
Existem pais que, ao mesmo tempo em que dão tudo para seus filhos, exigem demais deles, deixando-os desorientados. Assim como existem pais que querem proteger seus filhos e acabam impedindo sua autonomia. Com a auto-estima, não é diferente. Na intenção de alimentar a auto-estima dos pequenos, muitos pais exageram e acabam tecendo elogios desmedidos, enaltecendo a criança de forma indiscriminada, de modo que ela não consiga sequer distinguir suas conquistas de suas derrotas.
"Nesses casos, o desastre é o mesmo. Isso pode acabar gerando uma criança que se arrisca sem medir as conseqüências, que não tolera a frustração e que se afasta de amigos, pois se ela sempre é avaliada como perfeita os outros sempre estarão na categoria de imperfeito", explica Tânia. E, além de tudo, essa criança poderá sentir-se extremamente insegura, ao perceber que nem tudo será sempre do jeito que ela quer e que ninguém a ensinou a lidar com isso. É preciso saber criticar, enxergar os erros, admitir as limitações. Saber conviver com o "imperfeito" é fundamental. Pense nisso!
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