Terça, 14 de janeiro de 2025 |
Chegando em casaPor Dr. Leonardo Posternak * em 24/11/2000 A volta para casa é bem diferente da tranqüilidade dos dias passados na maternidade. |
||||
Durante a internação - de dois a três dias no parto normal e de três a quatro dias para quem fez cesariana - a mãe é assistida 24 horas por médicos e enfermeiras que mantêm tudo sob controle. Se a criança fica no berçário, tudo corre por conta das rotinas do hospital. Se ela fica junto com a mãe no quarto (alojamento conjunto), basta apertar uma campainha e pedir socorro à enfermeira mais próxima. As visitas se multiplicam, a mãe é tão mimada quanto o novo bebê e ela só recebe elogios e presentes. Segura e confortável, está muito distante da nova rotina que a espera na volta para casa.
Em geral, a volta para casa não é um momento tranqüilo para o casal. Se por um lado eles estão felizes porque tudo correu bem, por outro sentem saudade das mordomias e das facilidades da maternidade. Nem todos os casais têm coragem de assumir esses pensamentos, mas a maioria se sente exatamente assim ao chegar em casa. Esse sentimento é mais do que natural. Afinal, ele representa a ruptura com as rotinas e todo o apoio dado pelo hospital,
É mais do que natural que o casal se sinta ansioso com a chegada do novo bebê. Um serzinho tão lindo e esperado, mas tão desconhecido. Além disso, fora da maternidade tudo passa a depender exclusivamente da família: as tentativas de interpretar os primeiros sinais emitidos pelo filho, a falta de sono do bebê, a vigília dos pais. Ou seja, toda a responsabilidade pela vida e pela saúde do frágil e dependente bebê está nas mãos dos pais.
Para encarar os primeiros dias em casa com menos angústia, preste atenção a algumas alterações de comportamento que o recém-nascido pode apresentar, que nada mais são do que uma reação natural das mudanças bruscas que está vivendo:
De repente, você se sente nervosa e angustiada - sentimentos que podem parecer contraditórios para alguém que tem tanto a fazer e tanto a aprender. Mas não se preocupe, esses sentimentos, e alguns outros como vontade de chorar e tristeza, são mais do que normais e atingem a maioria das mães desde as últimas semanas da gestação até o fim do primeiro mês da vida do bebê. Na verdade, esse excesso de sensibilidade é mais do que justificado porque:
Logo nos primeiros dias em casa, o mais indicado é que o bebê fique no quarto dos pais, ao lado da mãe, que se sentirá mais segura e confortável, principalmente à noite. Dessa maneira, o bebê se sentirá mais tranqüilo e a mãe, menos cansada, já que ela se movimentará menos e ainda sente os incômodos do pós-parto.
Toda vez que esse assunto é abordado, logo vem uma pergunta à cabeça: até quando o bebê deve ficar no quarto dos pais? Cada família tem uma resposta diferente para essa pergunta. Ela está ligada aos limites dos pais em relação a sua intimidade e também à maior tranqüilidade de cada um para afastar-se do filho. Mas tudo tem limites: se até o quarto mês ele continuar no quarto dos pais, sua saída deve ser estimulada. A partir do sexto, ela é obrigatória.
Caso o bebê não tenha um quarto próprio, apele para soluções alternativas, como deixar o berço na sala. Caso exista apenas um cômodo na casa, crie um novo ambiente para ele fazendo uma divisória com móveis ou uma cortina que demarque o lugar dos pais e do bebê.
A criança e seus ritmos
Está mais do que comprovado que até os dois meses o ritmo biológico da criança é muito diferente do dos adultos. Isso acontece porque ela não reconhece a divisão das 24 horas em dia (atividade) e noite (sono), que também é conhecida como ritmo circadiano ou relógio biológico. Seu funcionamento não depende apenas das experiências relacionadas com a escuridão e com a claridade que podem ser realizadas pelas crianças. O ritmo nasce em conseqüência do funcionamento interno de cada um. A temperatura do corpo e a liberação de hormônios, por exemplo, são fatores relacionados com as atividades diurnas ou com o descanso noturno.
"Queremos dormir!"
Esta é uma queixa comum. A maioria dos pais dorme menos do que deve (e do que os filhos deixam) nos primeiros dois meses de vida. O fato está relacionado com o próprio ritmo da criança, que acorda quando está com fome e dorme quando está saciada. Dependendo do bebê, os períodos de sono entre as mamadas variam de duas a cinco horas. Isso explica por que poucos casais conseguem descansar e dormir bem à noite. Mas nada é motivo para desespero: dois meses voam e todas as aflições ficarão mais leves se o casal conseguir dividir algumas funções e tarefas.
* Dr. Leonardo Posternak é médico pediatra,
membro do Departamento de Pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein.
Co-autor do livro
E Agora, o que Fazer? A Difícil Arte de Criar os Filhos, Editora Best Seller.
Autor de
O Direito a Verdade - Cartas Para Uma Criança, Editora Globo.
Matérias relacionadas
|
A televisão é extremamente poderosa e, se os pais não abrirem os olhos, correrão o risco de conviver muito pouco com seus filhos. Quantifique as horas e analise os programas que seu pimpolho está assistindo. Noticiário violento não é programa para criança |
|
Liberte-se da ditadura dos padrões de beleza e aprenda a aceitar seu próprio corpo. Ninguém é obrigado a ser top model! |
|
Quem disse que a higiene bucal só começa depois que aparecem os primeiros dentes? Nada disso, os cuidados devem vir antes mesmo do bebê nascer! |
|
Dicas preciosas da revista Meu Nenê e Família |
|
A licença maternidade está no fim e logo você terá de voltar ao batente, mas não quer deixar de amamentar seu filho. O que fazer? |