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ABORTO Palavra do Especialista Prof. Dr. Thomaz Gollop
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Tenho 29 anos e já engravidei três vezes, mas sofri abortos espontâneos em todas elas. Nas duas primeiras vezes, perdi o bebê com três meses de gestação. Por que não consigo manter a gravidez até o fim?
É preciso fazer vários exames específicos, analisando uma série de fatores, para saber se o casal não tem problema e se há uma predisposição para abortamentos espontâneos.
Fiquei grávida e a minha primeira ultra-sonografia deveria acusar 6 semanas de gravidez, mas acusou 4. Logo depois, tive um sangramento e abortei naturalmente, não precisei fazer curetagem. Era meu primeiro filho. Gostaria de saber quanto tempo devo esperar para tentar ter outro.
Isto depende da orientação de seu médico. A nosso ver, logo após a primeira menstruação, é possível tentar uma nova gravidez.
Fiz uma curetagem há três dias devido a um aborto retido. É normal sentir um pouco de cólica? Em quando tempo posso engravidar novamente?
Sentir um pouco de cólicas e ter leve sangramento é normal depois de uma curetagem. Nossa orientação é: passado um ciclo menstrual normal, permitir nova gravidez.
Estava grávida de 9 semanas e tive um aborto retido. Qual é o prazo mínimo para que eu possa engravidar novamente? Tenho 35 anos e estou hipertensa. Quero ter um bebê o mais rápido possível, porém com segurança.
Após a próxima menstruação normal a senhora pode engravidar. Como tem 35 anos, é conveniente fazer os exames genéticos no pré-natal que descartam anomalias fetais em função da idade materna. Estes exames podem ser feitos a partir da décima semana de gravidez.
Estava no início da gravidez. Tive um sangramento e fiz um ultra-som, que constatou que o saco gestacional e a placenta estavam no lugar. A médica que fez o exame redigiu no laudo "gravidez insipiente" e sugeriu um ultra-som transvaginal após 14 dias. O sangramento parou dois dias, mas logo depois voltou, sem dor e em pouca quantidade. Voltei ao médico que ao exame de toque constatou alguma coisa na vagina que poderia ser o saco gestacional descendo (aborto) ou um pólipo que poderia estar causando um sangramento. Fiz um ultra-som transvaginal e o laudo constatou aborto. O médico que viu o ultra-som, disse que em nenhum momento a médica citou o embrião e que, como ele previa, era aborto, e que teríamos que fazer a curetagem. O médico me garantiu que não havia bebê, que era só o saco gestacional e a placenta, que isso acontecia e que não era nada raro. Pode ser que eu tenha feito um aborto com um bebê vivo e que de fato não se ouvia o coração por ele ter poucas semanas? Com quantas semanas bate o coração do bebê? Existe essa possibilidade de não existir embrião?
Os dados transmitidos pela senhora parecem compatíveis com abortamento inevitável. Esta é uma eventualidade comum, ocorre em 15% das gestações que se iniciam. Do ponto de vista ultra-sonográfico, o embrião pode não ser visível, isto entretanto não tem significado diferente do que uma gravidez que parou de desenvolver-se no início.
Estava grávida de 8 semanas e perdi o bebê. É o terceiro filho que perco com menos de quatro meses. Os exames concluíram que "o material de abortamento é do ponto de vista genético portador de triploidia (3n) do sexo feminino". O que é triploidia?
A triploidia é um achado razoavelmente comum em abortamentos na espécie humana. Em vez de haver dois lotes de cromossomos, 23 vindos do ovócito e 23 do espermatozóide, totalizando 46 cromossomos, passa a ser formado um embrião com 69 cromossomos que na maioria das vezes é inviável. Com três perdas sucessivas, será indicado um aconselhamento genético e exames adequados. Seu medico certamente fará esta orientação.