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Depressão na adolescência

Por Julienne Gananian * em 26/11/2001


Conheça os sintomas da depressão e saiba como lidar com este problema durante a adolescência.

Quantas vezes você já disse "ultimamente ando tão deprimido"? Para muitas pessoas, a depressão indica apenas uma tristeza passageira ou um certo desânimo. Porém trata-se de uma doença grave, que atinge cerca de 15 a 25% da população mundial, não escolhendo idade, nível social, econômico ou cultural.


Causada por diversos motivos, como a violência, o estresse permanente e o excesso de competitividade, a depressão aparece não só no "mundo dos adultos", mas também na vida de crianças e adolescentes. Para os jovens, a pressão aumenta devido às dificuldades encontradas para entrar na sociedade e se adaptar a ela, que se somam às mudanças físicas e psicológicas vividas nesta fase. "Atualmente um jovem de 23 anos, por exemplo, ainda mora com os pais, está na faculdade e não tem recursos para se manter ou formar uma família. O nível de exigência nos estudos e no mercado de trabalho cresce, sendo um elemento depressógeno também" afirma Dr. Pablo Miguel Roig, médico psiquiatra em São Paulo.

Espelho, espelho meu...

A adolescência constitui uma fase de conflitos e angústias e, claro, momentos de tristeza. Perde-se o corpo de criança, surgem as inseguranças em relação ao físico, aparecem as espinhas, as gordurinhas... O jovem sente-se em uma posição intermediária: quando age de forma infantil ouve "você já é bem grandinho para fazer isso". Quando tenta ser adulto a famosa frase ressoa "quem você pensa que é?".


Os pais devem saber diferenciar esses momentos de insegurança e tristeza, normais na vida de qualquer um, das crises de depressão. "Se morre alguém próximo, ficamos tristes e não deprimidos. Mas se após um ano a pessoa ainda está triste, não consegue voltar à sua vida normal, então os sinais da depressão começam a ser mais evidentes" exemplifica o Dr. Roig.

Sintomas da depressão

Existem algumas atitudes comuns entre os depressivos, que dão pistas para se detectar o problema. Confira a seguir alguns exemplos.


  • tristeza
  • desânimo
  • perda do prazer no lazer, no trabalho ou na vida sexual
  • ansiedade
  • preocupação
  • insegurança, indecisão
  • pessimismo, desesperança
  • culpa, desamparo, solidão
  • alterações de sono e de apetite
  • idéias de suicídio (a depressão apresenta alta incidência de suicídios)
  • irritabilidade
  • inquietação, dificuldade de concentração
  • sintomas físicos: dores, alterações intestinais


    O depressivo nem sempre apresenta todos esses sintomas, às vezes apenas uma alteração de sono ou de apetite já evidencia o problema. "Geralmente as crises se repetem, de forma mais freqüente e por motivos ou estímulos cada vez menores. Chega um momento em que a pessoa já nem sabe mais a razão de estar daquele jeito" explica o psiquiatra.

    Cuidados com seus filhos!

    Você sabia que, se o pai e a mãe do adolescente são depressivos, a chance de que ele seja também gira em torno de 75%? Evidentemente, essa predisposição depende de outros fatores, como o social, o psicológico e momentos ou frustrações que desencadeiem este processo.


    Nem sempre os pais aceitam a situação, acreditando que se trata de uma fase, preguiça ou apenas desânimo. Quando a doença ainda não se desenvolveu, a intervenção dos pais e dos professores, por meio de uma palavra de carinho ou uma boa conversa, ajuda muito. Porém, quando o adolescente já não consegue se estimular por mais nada, chora muito, fica mal humorado e se mostra extremamente pessimista, um especialista deve ser consultado para que, no futuro, o jovem não desenvolva um quadro de depressão ainda mais sério.

    A importância do tratamento

    O que você faz quando vê alguém triste? Normalmente tentamos animar a pessoa para que ela demonstre um pouco de força de vontade. No caso dos depressivos, essa atitude mostra-se errada porque, para eles, tudo se transforma numa tarefa difícil de se realizar. Se o induzimos a perceber que, simplesmente, não consegue fazer nada, sua autocrítica aumenta e sua auto-estima diminui.


    "Hoje em dia os tratamentos médicos e psicológicos apresentam excelentes resultados. A medicação antidepressiva, caso necessário, não cria dependência, sendo extremamente segura" afirma o psiquiatra. A família auxilia na recuperação reforçando a auto-estima do adolescente por meio do encorajamento e da redução das críticas, lembrando sempre que ele sofre de uma doença e precisa de ajuda.


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