Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025 |
No mundo dos sonhos
Nada como uma boa história para deixar a fantasia rolar. Por isso o Clicfilhos encomendou ao Leo Varella uma nova série de poemas divertidos para os seus pequenos. Confira! |
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Aninha não sabia que poderia ser uma gota d´água.
Até cair da ponta da torneira pingando
ela procurava por seus irmãos
que também eram gotas.
Quando Aninha caiu da torneira
viu dois deles: Antônio e Pedro.
Antônio na frente e Pedro atrás dela,
como as gotas andam caindo na pia:
uma atrás da outra.
Ao chegar ao ralo da pia
Aninha não ficou triste.
Uma estranha intuição
disse pra ela que ainda veria seus irmãos.
Ela caiu e foi, com muita água
para o rio. Viu sujeira. Viu espuma e
viu um monte de poluição,
mas também viu o Sol
que a fez subir e virar nuvem.
Aninha não se sentia mais gota d´água
mas estava entre seus amigos.
Talvez estivesse entre seus irmãos,
como sua intuição tinha falado.
Aninha estava numa nuvem!
Um dia alguém falou:
-- Vamos cair!
E eles foram.
Um monte de gotas d´água
caíram das nuvens pra terra.
Aninha se sentiu Aninha de novo.
E qual foi seu espanto quando viu seus dois
irmãos caindo junto com ela.
O Antônio falou:
-- Acho que desta vez a gente vai fazer as plantas crescerem.
O Pedro riu:
-- Eu não quero mais ser gota de torneira.
A Aninha, contente, brincou com os irmãos enquanto caíam pra molhar a terra.
Dilermano não era uma barra de sabão,
não era detergente,
não era um produto de limpeza.
Ele era um agente que limpava.
Dilermano era a espuma que limpa.
Dilermano adorava limpar
louças, panelas e quaisquer outros
artefatos.
Ele era parceiro de Glória,
uma esponja de limpeza
fabricada por aí.
Enfim. Dilermano era espuma...
Derrubava a sujeira
e se desfazia em bolhas.
Mas Dilermano reaparecia
quando Glória era espremida
fazendo, sempre, mais espuma.
E limpando a base da pia
da cozinha
tinha o último respiro
nos bumbuns das panelas
e no beijo do sabão
(onde sempre se deitou pra descansar)
Kaka saiu de uma loja de ferramentas,
dentro de uma caixa de pregos.
Era um prego brilhante e forte.
Ele não era orgulhoso: sabia que poderia
segurar qualquer quadro moderno,
mesmo os mais grandões.
Kaka só não sabia como seguraria
estes quadros.
Não tinham explicado a ele
a existência do martelo.
E, todos sabem, um prego
precisa de um martelo.
Quando foi tirado da caixa,
Kaka se sentiu o máximo.
Poderia segurar obras de arte, vasos,
luminárias e, talvez, até móveis.
Quem sabe?
Na mão do dono da casa ele conheceu
seu parceiro:
Oscar, o martelo. E ele falou:
-- Oi, meu nome é Oscar. Você vai segurar uma bela obra de arte.
Um quadro muito bonito. Vou te bater na cabeça, mas não vai doer,
pois você é prego.
-- Eu tenho um pouco de medo, pois é a primeira vez que sou realmente prego - respondeu o Kaka.
-- Nem se preocupe, conheça a Olinda, a parede onde você vai ficar segurando a obra de arte...
Olinda, a parede, que vivia dormindo (como todas as paredes).
Acordou reconhecendo seu nome e disse:
-- Prazer. É bom ter mais um belo quadro.
Enquanto os três conversavam mais uma bela obra de arte foi exposta.
Graças ao Kaka (um prego), ao Oscar (um martelo) e à Olinda (uma parede).
Rick tinha um nome bonito,
mas era um simples ferro de passar roupas.
Adorava seu trabalho:
passava entre botões
num zuuuuuuuuuuuuuuuum
Engomava golas da camisa branca
num zooooooooom
Rick adorava correr entre as
roupas.
Deixar as camisas brancas lisinhas,
as calças prontas pra seus amigos:
os cabides.
Ele tinha aprendido a correr assim
porque a passadeira assistia
a todas as corridas:
de fórmula 1
de fórmula mundial
e de rally
enquanto passava
a roupa dos outros.
Mas Rick sempre sonhou...
numa calça de gigante.
Com uma perna de calça
de 5 quilômetros
deslizando como um carro
e fazendo um belo vinco.
O filho olhou pra grama
e ela tremeu.
Ele sentiu o mesmo cheiro
que ela sentia.
Uma cheiro puro e gostoso,
daqueles que merecem ser cheirados...
O vento trazia o cheiro da chuva
com um sorriso no rosto.
Ele poderia disfarçar e ser
só vento, mas sua educação
sempre fez com que ele (o vento)
anunciasse a chuva.
O filho fechou a janela
e viu as nuvens escuras.
O vento anunciava "chuuuuuuuuuuva"
O filho pegou um papel
e começou a desenhar o vento
em palavras:
Vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
Vem vindo o vento.
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