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Cabeça feita contra a AIDS

Matéria publicada pela primeira vez em abril/2002. Veja no último capítulo dados atualizados (2011) do Ministério da Saúde sobre a situação da doença entre os jovens.

Por Carla Oliveira *


Atualmente os jovens são as maiores vítimas da Aids. A imaturidade, aliada à falta de informação, é um dos fatores que contribui para essa situação.

Segundo dados do Ministério da Saúde, existem, atualmente, no Brasil 110.215 pessoas com Aids. Um terço desse total é de jovens entre 13 e 29 anos. Estima-se que haja outros 600.000 brasileiros infectados com o vírus HIV que ainda não manifestaram sinais da doença. Essa situação não se restringe ao Brasil: a Organização Mundial da Saúde calcula que 28 milhões de pessoas estejam contaminadas pelo HIV no mundo inteiro, sendo que cerca de 50% tem idade entre 10 e 24 anos.



Diante desses números, não há como não ficar preocupado. Você, que tem filhos adolescentes ou entrando na adolescência, precisa encarar esse assunto de frente. Informar a juventude a respeito desse mal e ensiná-la a se prevenir é uma tarefa que envolve a escola, o governo e os pais também.

Vida sexual exige responsabilidade

Diversos fatores ajudam a explicar o fato da Aids estar ganhando tanto espaço entre os jovens. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o modo mais comum de transmissão do vírus HIV nos dias de hoje é por meio de relações sexuais heterossexuais: 27,4% dos casos no Brasil são transmitidos dessa forma. Isso significa que usar camisinha não é mais uma opção e sim uma obrigação de todos, pois qualquer um pode estar sujeito a doença se não se prevenir.


No entanto, muitos jovens não se deram conta desse fato e ainda acreditam nos chamados "grupos de risco". Além disso, eles estão iniciando sua vida sexual muito precocemente, numa etapa em que ainda não têm maturidade suficiente para tomar decisões conscientes e agir com responsabilidade.


Para agravar o problema, poucos têm conhecimento adequado a respeito da Aids e muitas vezes se baseiam em informações que recebem de amigos que, na maioria das vezes, são distorcidas e baseadas em mitos e preconceitos, como o de que camisinha dificulta a ereção e diminui o prazer.

Comportamentos arriscados

Outro grande erro dos jovens é pensar que não precisam usar camisinha em "namoros firmes", justificando que não há necessidade de desconfiar do parceiro. Essa sensação de segurança que sentem quando estão apaixonados é falsa. "O amor pelo namorado não é sinônimo de que ele não possa ser um portador do vírus, uma coisa não tem nada a ver com outra", explica o infectologista Antônio Carlos Feres, de São Paulo. Em uma situação diferente, a garota quer usar camisinha, mas seu namorado insiste tanto que ela acaba cedendo, com medo de ser rejeitada.


Outros fatores que deixam os jovens mais expostos à Aids: a troca constante de parceiros sexuais e o consumo de álcool e outras drogas, que aumentam as chances da prática do sexo sem proteção. "Eu acredito que falta informação aos jovens. O governo só faz campanha durante o carnaval", critica o Dr. Antônio Carlos. O infectologista faz questão de ressaltar que a camisinha protege ainda contra outras doenças sexualmente transmissíveis, como as hepatites B e C que matam tanto quanto a Aids ou até mais.


Atualmente, existem remédios que dificultam a multiplicação do vírus HIV e podem fazer com que o paciente infectado tenha uma vida praticamente normal. O Brasil é um dos poucos países a oferecer gratuitamente essa medicação. Isso talvez passe a impressão de que a epidemia está sob controle e que a AIDS não oferece mais tanto risco. É errado pensar assim! "A Aids é fatal em 100% dos casos. Os medicamentos anti-retrovirais apenas aumentam o tempo de vida", alerta o Dr. Antônio Carlos.

Informar para prevenir!

Existe ainda um outro fator a ser somado. Os jovens têm um sentimento ilusório de poder sobre a vida e sentem-se invulneráveis - o famoso "isso nunca vai acontecer comigo". A verdade é que eles não pensam no futuro e esquecem que seus atos provocam conseqüências com as quais eles terão que lidar, mais cedo ou mais tarde.


Realmente, a adolescência é um período difícil. Os jovens têm de definir sua identidade, assumir seu papel na sociedade e enfrentar uma série de outras mudanças que geram muita insegurança e ansiedade. Essa confusão, somada à falta de orientação e informação, torna-os muito suscetíveis a comportamentos inadequados. Por isso, deixe o constrangimento de lado e converse com seu filho a respeito da Aids. Em algum momento, ele iniciará a sua vida sexual e é fundamental que tenha responsabilidade para exercê-la de modo seguro e consciente.

Campanha pelo Dia Mundial da Luta contra a Aids 2011

O Ministério da Saúde lança campanha pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids 2011

"Jovens gays são público-prioritário da campanha, que tem como slogan “A aids não tem preconceito. Previna-se”

O Ministério da Saúde lança, durante a abertura da 14ª Conferência Nacional de Saúde nesta quinta-feira (1°), a campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, cujo slogan é “A aids não tem preconceito. Previna-se”. A proposta é estimular a reflexão sobre uma sociedade menos preconceituosa, mais solidária e tolerante à diversidade sexual e às pessoas vivendo com HIV/aids.

Neste ano, os jovens gays de 15 a 24 anos são público prioritário da campanha. Boletim epidemiológico sobre HIV/Aids divulgado na última segunda-feira (28) apontou o avanço da doença entre esse grupo, na contramão do que tem acontecido nesta faixa etária.

Ao longo dos últimos 12 anos, a porcentagem de casos na população de 15 a 24 anos caiu. Já entre os gays da mesma idade houve aumento de 10,1%. No ano passado, para cada 16 homossexuais dessa faixa etária vivendo com aids, havia 10 heterossexuais. Essa relação, em 1998, era de 12 para 10."

Para continuar lendo sobre a campanha deste ano, acesse a página da campanha no Ministério da Saúde: Campanha pelo Dia Mundial de Luta Contra a AIDS


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